- contato25856
- 25 de out. de 2021
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Atualizado: 26 de out. de 2021
A Prefeitura do Recife garante que os moradores das palafitas da comunidade do Bode serão os contempladas com os 600 apartamentos dos habitacionais Encanta Moça 1 e 2, no Pina. Norah Neves, secretária-executiva de Políticas Habitacionais da Secretaria de Habitação do Recife, revelou, em audiência pública promovida pela Comissão de Acompanhamento das Obras do Parque do Aeroclube da Câmara Municipal do Recife, nesta quinta-feira (21) que a decisão veio após embate com o Governo Federal.
“Fomos pegos de surpresa pelo Governo Federal quando nos informaram que seria demanda aberta, ou seja, que os beneficiários viriam de sorteio a partir do cadastro do próprio Governo. Mostramos a importância dos habitacionais terem sido feitos próximos à comunidade do Bode, falamos do passivo remanescente das palafitas que está no auxílio habitacional desde a construção da Via Mangue e, após muitas tratativas, foi acatado que as contempladas seriam as famílias iniciais.”
Presidente da Comissão, o vereador Paulo Muniz cobrou uma data para a divulgação da lista dos contemplados. “Os apartamentos serão entregues em seis meses. Quanto mais a PCR demora pra divulgar a informação, mais vulnerabilidade, angústia e insegurança aqueles moradores passam.” Segundo Norah, os nomes fazem parte de um levantamento realizado pelo setor de controle urbano da PCR em 2017. E completou informando que agora a responsabilidade da seleção está com a Caixa.

“Indicamos as famílias pré-selecionadas para a Caixa, com prioridade para as que vivem em maior grau de vulnerabilidade. O órgão é que verifica se elas atendem aos critérios do Minha Casa Minha Vida, principalmente no que se refere à renda familiar. Deve haver umas 200 famílias que já passaram no crivo da Caixa. Mas seria irresponsabilidade nossa dizer os contemplados considerando que estamos num processo de construção. Hoje não temos esta relação.” Convidada a participar da audiência pública, a Caixa não enviou representante.
Outros vereadores que também participaram da audiência, Zé Neto, Ivan Moraes e Dani Portela pediram revisão no cadastro da Prefeitura, questionaram a falta de transparência e enfatizaram o drama habitacional de milhares de famílias no Recife. Ao afirmar que a PCR mapeou 800 famílias nas palafitas do Bode e que o número real é bem superior a este, o líder comunitário Nelson do PA questionou o destino dos moradores que não forem contemplados com as unidades do Aeroclube. “De repente vem um projeto e vai tirar as pessoas da tranquilidade das suas casas. Vão receber uma ajuda de custo de R$ 200? No Pina, um barraco é 300, 400 reais.” Pedro Stilo, do Movimento Cabe Mais Casa no Aeroclube, disse que 56% dos moradores do Bode não estão no cadastro da Prefeitura. “Não foi mostrado pra gente o quantitativo dessa lista. Nunca vimos esse cadastro”, apontou.
Segundo a secretária, dentro do projeto de urbanização previsto para a comunidade do Bode, as famílias que precisarem deixar suas moradias e que não forem contempladas com os apartamentos do Aeroclube terão como alternativas a indenização – que ela não julga positiva enquanto política pública – ou o reassentamento na própria comunidade através de soluções em vazios urbanos dentro da própria área.


